quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Resenha: O despertar de Cthulhu em quadrinhos


Olá, pessoal!

Hoje eu vim trazer a resenha de O despertar de Cthulhu em quadrinhos, uma antologia publicada pela editora Draco que tá super linda e me conquistou logo de cara.

Fig. 1 O despertar de Cthulhu, antologia organizada por Raphael Fernandes. Editora Draco. Lido de 02-08 a 04-08-2018.
Na verdade fazia tempo que eu estava de olho nela, consegui comprar a relativamente pouco tempo e esperei terminar de ler o conto "O chamado de Cthulhu" do Lovecraft para enfim conhecer essa obra. Mas quem quiser pode ler de forma independente também que não atrapalha em nada.

Vamos à resenha!

SINOPSE

"O desespero é verde. A cultuada obra de H. P. Lovecraft é a principal inspiração dessa coletânea com oito HQs que transportarão a imaginação para o lado mais obscuro da mente humana, um horror cósmico em preto, branco e verde. São 168 páginas desesperadoras onde criaturas tão antigas quanto o universo são capazes de corromper a alma humana apenas com sua presença. Onde a doença, a loucura e a perversão são pano de fundo para histórias que vão testar os limites de sua sanidade. A organização do álbum envolveu Raphael Fernandes (O Rei Amarelo em quadrinhos), que maculou a alma do time de quadrinistas formado por Antonio Tadeu, LuCas Chewie, Dudu Torres, Airton Marinho, Fabrício Bohrer, Caiuã Araújo, Marcio de Castro, Daniel Bretas, Jun Sugiyama, Hilton P. Rocha, Samuel Bono, Lucas Pereira, Bárbara Garcia e Elias Aquino. Todos perdidos em uma enigmática capa de João Pirolla. O despertar de Cthulhu em quadrinhos é o horror que não pode ser pronunciado, perca-se em imagens e histórias que não deveriam ter sido concebidas. Agora não há mais volta para os envolvidos pelos tentáculos do desespero, é hora de acordar para uma realidade decadente e tingida em apenas duas cores."

SOBRE A OBRA / OPINIÕES

Como foi dito na sinopse, essa obra traz uma coletânea de histórias em quadrinhos inspiradas no famoso conto do Lovecraft, "O chamado de Cthulhu". Cada história aqui foi escrita e ilustrada por uma pessoa diferente, trazendo traços e roteiros únicos. E, pelo que entendi, os artistas envolvidos são todos nacionais (ao final da HQ tem uma mini biografia de cada um), o que é muito legal! Tenho tentado me manter mais atenta às obras nacionais para ajudar a valorizá-las, então achei isso muito bacana.

As histórias trazem diferentes cenários como pano de fundo, dentre eles encontramos o fanatismo religioso, suicídio, epidemias, pesquisas científicas, problemas familiares e até restaurantes especializados em frutos do mar (uma ótima pedida para um surto envolvendo o Cthulhinho, hein? rsr). São histórias muito criativas, todas envolvendo o tema "loucura", que é tão recorrente na obra do Lovecraft, e diferentes formas de culto ao Cthulhu, que também nos remete ao conto original.

Eu simplesmente AMEI a forma como esses temas foram abordados, trazendo uma diversidade de loucuras e muito desespero, além do que eu encaro como uma crítica importante ao fanatismo religioso.

Fig. 2 O despertar de Cthulhu, interior mostrando referências e citações da história "Os tambores de Azathoth".

A minha história favorita foi a segunda, "Os tambores de Azathoth" (roteiro de Antonio Tadeu e arte de LuCAS Chewie). Nela temos referências muito importantes do ocultismo e da religião hindu, com o Aleister Crowley como personagem e citação direta do Bhagavad Gita e também da obra do Lovecraft. Além disso, essa história traz a participação do homem que criou a bomba nuclear, Robert Oppenheimer, o que torna tudo mais interessante, pois traz o mito do Cthulhu a nossa realidade. O enredo me pareceu de certa forma similar ao conto original do Lovecraft, com pessoas em busca de um entendimento de algo oculto, possível causador de pesadelos. Achei o desenvolvimento muito bom e todas essas referências tornaram a história sensacional para mim.

Mas não foi a única que gostei, claro. Gostei muito de como cada história se desenvolveu a seu modo, trazendo os objetos de medo e loucura bem claros na sua arte. Algo que é quase sempre muito subjetivo na própria obra do Lovecraft. Dessa forma, essa HQ é um presente aos fãs do autor, tornando mais vívidos os medos e loucuras que sua obra desperta.

Fig. 3 O despertar de Cthulhu, interior mostrando um culto da história "Sob a insana luz" (roteiro: Caiuã Araújo; arte: Marcio de Castro).
Uma característica que eu amei dessa coletânea foi o uso das cores no decorrer das histórias. Os quadrinhos são todos em preto, branco e verde, com o verde trazendo os tons da loucura e do desespero. Sendo o verde a minha cor favorita, dá pra imaginar o quanto eu AMEI, né? A obra inteira é muito bem pensada e disposta numa edição super caprichosa.

O despertar de Cthulhu é apenas um volume de uma coleção com proposta similar. Os outros são "O rei de amarelo em quadrinhos" (em preto, branco e amarelo) e "Demônios da Goetia em quadrinhos"  (em preto, branco e vermelho) que eu sou louca para conhecer. Apesar de ser uma coleção, é possível ler cada um de forma independente.

Deixo aí então a indicação a vocês! Se você ama terror, quadrinhos, Lovecraft, cores, vai se encantar com essa HQ. Também é uma ótima pedida caso queira conhecer algum desses pontos, pois é uma leitura super rapidinha. Me contem se já conheciam essa ou outras obras da editora, deixem nos comentários suas opiniões e me digam se têm outras indicações a fazer.

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