sábado, 23 de junho de 2018

Meu malvado favorito, desafio 3 #JuninaoCPL: novo desfecho para um vilão

Olá, pessoal!

Primeiramente queria pedir desculpas por estar um pouco sumida aqui (pelo menos, fora do ritmo em que queria estar). Os desafios do juninão estão me ajudando, mas queria estar trazendo também outros conteúdos. Tentarei voltar ao normal assim que a vida deixar, rs.

Mas vamos ao que interessa, hoje eu vim compartilhar com vocês mais uma resposta minha aos desafios do #JuninaoCPL, idealizados por @shootinggbooks, @porredeleituraelivros, @surtoliterario e @leiturasemfrescura. Dessa vez o desafio é: mudar o fim da história do meu vilão preferido ou aquele que você mais odeia, dando um final feliz, trágico ou surpreendente.


Para cumprir esse desafio eu escolhi um vilão que eu odeio e queria muito que ele tivesse sofrido mais. O vilão em questão é o Tom Rogan, vilão secundário do livro It: A Coisa - Stephen King. Esse livro incrível não traz só a Coisa como vilão terrível e sobrenatural, mas traz também vários vilões secundários que trazem à tona terrores muito mais reais.

SPOILERS A CERCA DO PERSONAGEM TOM ROGAN DE IT: A COISA A SEGUIR

No livro, Tom Rogan é um personagem abusivo, violento, sádico e o marido de Beverly Marsh (uma das integrantes do "Clube dos Otários" que é chamada de volta a Derry para enfrentar a Coisa mais uma vez). Ele espanca Bev diversas vezes e quando ela decide voltar a Derry, ela precisa enfrentá-lo para isso. Para saber do paradeiro da esposa, Tom vai atrás da melhor amiga (e super feminista) de Bev e a espanca também. As cenas são realmente bem chocantes. Tom consegue as informações e vai atrás de Bev em Derry. Em seu desfecho no livro ele é hipnotizado pela Coisa para levar Audra (esposa do Bill, outro personagem do "Clube dos Otários") para os esgotos (onde ocorre o desfecho do livro) e morre em choque após ver a verdadeira forma de Pennywise.

Eu me lembro do sentimento de quando li essa parte. Meu ódio pelo Tom era tão grande que eu queria ver ele sendo muito torturado! E fiquei decepcionada por esse final "simples" pra ele. 

MINHA VERSÃO

"[...] a agressão pode ser um sintoma de medo." — Winnicott, 1939.

Parte 1 — O passado

Tom Rogan era um menino de gênio forte, porém inocente. Seus pais morreram após reagirem a um assalto quando estavam chegando em casa numa noite que ficou marcada na vida de Tom, que tinha apenas 5 anos de idade e presenciou tudo pela janela da sala. Após o ocorrido, Tom muito abalado, foi ser criado por um tio. Seu tio prezava por valores muito deturpados e, após ver como o Tom passou a ser um menino muito assustado, característica que ele considerava fraca para um homem, começou a espancá-lo e abusá-lo sempre que o via chorando pelos cantos, gritando: VOCÊ É UM HOMEM OU UM RATO??? E, assim, Tom cresceu com a marca terrível da violência em sua vida, precisando lidar com perdas e achando que precisava sempre mostrar que era HOMEM, se impondo violentamente. E com um medo obscuro de ratos...

Parte 2 — O presente

Tom chega em Derry após um dia inteiro de viagem, em sua busca pelo paradeiro de sua esposa Beverly Marsh. Ele não sabe o que está acontecendo ali, mas está sendo movido pelo sentimento de posse e vingança. Imediatamente se hospeda no principal hotel de Derry, imaginando que tivesse grandes chances de a encontrar ali. Tom vai ao seu quarto e, enquanto deixa as suas coisas e pensa no que vai fazer a seguir, se deixa levar pelo cansaço da viagem e recosta na cama. Ao se inclinar, percebe um rato passando. Tom se assusta, mas tenta se conter. Aquele rato desperta uma tensão que fazia tempo que ele não sentia. Tom olha para o outro lado e vê mais dois ratos vindo. Ele sobe rapidamente na cama e se encolhe um pouco, atento para o movimento dos ratos. Quando olha a frente, mais ratos vinham em sua direção, saindo da porta do banheiro. Os ratos estavam ficando cada vez maiores e Tom fecha os olhos em um desespero que vai crescendo. Os ratos começam a se amontoar, cada vez mais e mais vindo em sua direção e cercando a cama. Logo tinham tantos ratos que já era impossível contar. Tom abre os olhos de esguelha e acha que avistou um rato com um pompom laranja no lugar do nariz. Ele não está entendendo mais nada, mas está em pânico e não consegue sair dali. Tom se encolhe cada vez mais, se esconde debaixo das cobertas e começa a chorar baixinho. De repente os ratos correm todos para baixo da cama e começam a se agrupar. Eles se aproximam tanto que começam a se fundir e crescer, crescer e crescer. De repente um rato enorme e gosmento, com um pompom laranja no lugar do nariz e uns círculos em cores mórbidas espalhados pelo corpo cresce e parte a cama ao meio, fazendo o Tom cair no meio dos escombros. Tom se arrasta para o canto e o rato vai andando em sua direção. Devagar, escorregadio e com um sorriso sarcástico, o rato pergunta:⠀

— Você quer um balão?⠀

Tom não entende a pergunta, mas está apavorado demais e começa a gritar desesperadamente. Um grito gutural de puro pavor! Quando seus vizinhos de quarto aparecem assustados, abrindo a porta — era o Clube dos Otários reunido, Beverly entre eles — veem a cena: o rato enorme e macabro estava arrancando fora a cabeça de Tom, enquanto ria e se divertia com o sangue que jorrava para todos os lados. Todos ficam muito assustados, logo reconhecem a Coisa e se preparam para o confronto.⠀

FIM

É isso, gente. Para mais, só escrevendo um livro mesmo, rsr. Quem quiser entender mais sobre a Coisa, suas motivações, como ela age etc. recomendo demais que leiam esse livro incrível! E eu prometo que esse ano ainda sai a resenha de It: A Coisa! Rsr

E aí, gostaram da minha versão? Eu particularmente achava que o Tom realmente merecia ser bastante torturado e ter uma morte bem trágica no livro, para valer por tudo o que ele fez com a Bev e sua amiga. E de forma alguma eu quero que dê a entender que ele tem menos culpa pelas suas ações com esse background. Independente dos seus traumas ou do que possa levar uma pessoa a agir dessa forma, é ela quem está agindo e precisa ser culpabilizada pelos seus atos. Essa foi uma história que mexeu demais comigo e eu precisava de um desfecho assim. Então agradeço aos responsáveis pelo desafio pela oportunidade dada!

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