Resenha "Caixa de pássaros", Josh Malerman: não abra os olhos!

Oi, gente! Tudo bom?

Hoje eu vim trazer a resenha da minha leitura de outubro para a #Creepytober2018, a única que sobreviveu às minhas ansiedades, medos, angústias desse mês que foi realmente macabro: "Caixa de pássaros" de @joshmalerman.

Fig. 1 "Caixa de pássaros" - Josh Malerman. Leitura finalizada em 31-10-2018.

Se você é desses que não gosta de ler um "A" sobre uma história de terror/suspense/thriller antes de, de fato, estar lendo — eu te entendo — saiba que: esse é um thriller psicológico que contém uma ameaça que não pode ser vista (categoria da Creepytober que eu encaixei a leitura, inclusive rs) e consegue mexer com os nossos medos, pois suas abordagens mais "genéricas" facilitam encontrar analogias nas nossas vidas. Recomendo a leitura!

Agora vamos à resenha propriamente dita, SEM SPOILERS, mas com algumas opiniões sobre o o livro de maneira geral.

SINOPSE

"Caixa de pássaros é um thriller psicológico tenso e aterrorizante, que explora a essência do medo. Basta uma olhadela para desencadear um impulso violento e incontrolável que acabará em suicídio. Ninguém é imune e ninguém sabe o que provoca essa reação nas pessoas. Cinco anos depois do surto ter começado, restaram poucos sobreviventes, entre eles Malorie e dois filhos pequenos. Ela sonha em fugir para um local onde a família possa ficar em segurança, mas a viagem que tem pela frente é assustadora: uma decisão errada e eles morrerão."

SOBRE O LIVRO

Esse é um livro curtinho (268 páginas) e com escrita simples, em situações normais acredito que dê para ler bem rápido e talvez isso ajude a tornar a experiência toda bem mais intensa. Eu li durante o mês de outubro, acompanhando o ritmo da leitura conjunta da maratona. Na reta final atrasei, mas consegui ler quase metade do livro em uma tarde, então... Acho que dá pra ter uma ideia de como é uma leitura leve mesmo, rs.

O livro é dividido em dois tempos: (1) o presente, em que vemos a protagonista, Malorie, sozinha em uma casa com duas crianças que nunca viram o exterior da casa. Eis que ela decide levá-los em uma viagem. A princípio não sabemos como, por que ou para onde pretendem ir, só que parece importante e muito arriscado. (2) O passado, intercalado com o presente, em que vamos conhecendo melhor a vida de Malorie, o início de todo esse surto e como ela chegou na situação em que se encontra no presente. 

Outros sobreviventes cruzam a vida de Malorie no decorrer de tudo e é muito interessante ver como essas relações se dão, como cada um encara a situação, como se ajudam e confiam uns nos outros e como relações humanas também podem ser complicadas, principalmente diante de uma situação perturbadora como a que se encontram.

OPINIÕES

Preciso dizer que amei o livro desde o início (inclusive me empolguei bastante, rs) e a leitura se tornou um acalanto para os meus próprios medos. Eu conseguia respirar e seguir em frente, junto com os personagens, assim meio aos trancos e barrancos, com medo, mas sem nunca desistir. Acho que é bem esse o sentimento que o livro passa mesmo.

Foi, com certeza, um enredo muito bem construído. O tema meio subjetivo, um medo do desconhecido/que não se pode ver, também ajudou muito a tornar a história relacionável. Apenas algumas vezes, poucas mesmo, achei que faltou um pouco mais de desenvolvimento ou profundidade. Mas é compreensível pelo formato do livro, com capítulos curtos e narrativa picotada pelos flashbacks. Talvez tenha sido uma escolha do autor para que o livro ficasse mais leve mesmo, e tudo bem também. Só o desenvolvimento de um personagem realmente me incomodou (não vou comentar para não dar spoiler) e em alguns pontos achei que foi um pouco previsível.

Gostei muito de como algumas cenas conseguiram ser realmente TENSAS! O livro tem alguns capítulos marcantes com descrições detalhadas de momentos simples e cotidianos, mas que, dentro do contexto apresentado, acabam sendo aterrorizantes. Como ir no quintal buscar água do poço ou dar a volta no quarteirão. 👀

Outra coisa que eu gostei muito foram as discussões levantadas durante os conflitos da história, principalmente no que diz respeito a diferença nas formas de lidar com o que aterrorizava a todos. 

"Sua preocupação só mantém você a salvo para que possa ficar ainda mais preocupada." p. 59

"Quem é que enlouqueceu?" p. 61

Tem horas em que não dá para apontar quem tá certo ou errado, diferenças existem e precisam ser respeitadas. Acho que o livro deixa isso bem claro, incluindo o final (que eu gostei bastante).

EXPECTATIVAS PARA O FILME

Já foi noticiado que a Netflix produziu um filme baseado nesse livro, sua estreia está marcada para o dia 21 de dezembro, e estamos como? Ansiosos e torcendo para que faça jus a obra, apesar de o trailer já mostrar uma história BEM diferente, em vários aspectos, da do livro (o que é normal). Só quero que eles não mudem o essencial sobre o medo da população e o que de fato acontece quando alguém olha a "criatura" ou whatever. Não é para ser um "It" da vida, como o trailer parece sugerir! 

No mais, é aguardar... rs

Mas e aí, me contem se já conheciam o livro. Já leram? Pretendem ler ainda? Estão ansiosos para o filme?

Confiram também o post que eu fiz com quotes do livro. ;)